Promover a leitura
A aprendizagem da língua é um dos factores que mais contribui para o êxito escolar dos alunos. Por isso mesmo na escola D. Luísa de Gusmão junta-se a magia dos livros às aulas de substituição.
Faltou um professor e os alunos já sabem que, provavelmente, vão ter uma aula de substituição diferente. Os vários exemplares do livro que estão a ler começam a chegar à sala bem como o professor responsável por esta substituição. Com ele traz um dossier planificado com uma sinopse da obra em causa, respectiva ficha de leitura, sugestões de leitura, actividades a desenvolver em sala de aula, uma folha de registo de actividades por turma. Deste modo, a actividade fica documentada e, todos os docentes que voltem a realizar actividades de substituição do Projecto Ler na Escola sabem quais as leituras já realizadas.
Durante o tempo desta aula especial lê-se individualmente ou em grupo, em silêncio ou em voz alta, identificam-se e caracterizam-se personagens, ilustram-se ou dramatizam-se as cenas preferidas e, uma vez por outra, contam-se histórias.
O projecto nasceu na sequência de uma reflexão sobre a “validade das aulas de substituição” na escola D. Luísa de Gusmão. «Pareceu-nos que juntar os professores no centro de recursos [como foi feito em 2005-2006] sem tarefas previamente planeadas, à espera de substituir, eventualmente, algum docente ausente, era tão penoso para alunos como para professores», explica Isabel Cluny, responsável pelo projecto. Uma experiência das chamadas “aulas de substituição” «muito pouco gratificante para os participantes» e «dificuldades em manter a turma disciplinada e interessada nas tarefas» foram mais um contributo para passar da ideia à acção.
Foi proposto ao Conselho Executivo e depois ao Conselho Pedagógico que esses tempos fossem ocupados com actividades ligadas ao Plano Nacional de Leitura. O objectivo, segundo Isabel Cluny, era que na ausência do docente «não se ocupasse os tempos escolares dos alunos com medidas de carácter administrativo, mas sim com actividades concretas, com objectivos previamente traçados e explicitados claramente a todos os envolvidos».
E assim aconteceu. Uma vez aprovada, a proposta tem sido implementada com sucesso, a par de outras actividades desenvolvidas por comum acordo entre docentes e alunos, desde o inicio do 1º período de 2006-2007.
A execução do Projecto Ler coube a um grupo coordenador, composto por professores que desde o início aderiram a esta iniciativa, que depois de ter obtido o apoio da Comissão do Plano Nacional de Leitura, elaborou uma lista de livros para apoiar as actividades a desenvolver. As primeiras obras foram adquiridas pela escola e já no 2º período a Fundação Calouste Gulbenkian subsidiou a compra de outros títulos que interessassem aos alunos do 3º ciclo do básico, mas também do ensino secundário.
Até agora o balanço provisório das actividades, no final do 1º período, parece ser positivo uma vez que, como refere Isabel Cluny, «os docentes adoptaram maioritariamente o projecto Ler na Escola como meio de ocupar os tempos escolares dos alunos».
Foi no 9º ano que o projecto colheu uma maior aceitação, sendo que em 16 aulas de substituição 14 foram dedicadas à leitura. A primeira obra foi o Diário Cruzado de João e Joana e, a rápida leitura dos livros obrigou ainda durante o 1º período à aquisição do titulo Uma questão de Cor.
No 7º ano em 48 aulas de substituição, 24 foram dedicadas à leitura da obra Félix o Pé -de –Vento. O elevado número de aulas – devido ao atraso na colocação dos professores - obrigou a adquirir outra obra -A Biblioteca Mágica - que passou a ser objecto de leitura também em outros anos de escolaridade. Para o 8º ano foi escolhida a obra Diário do Nosso Grupo que foi lida em 25 das 43 aulas de substituição.
Os encarregados de educação também têm apoiado esta iniciativa e neste momento já se pensa em alargar o Projecto Ler para que no próximo ano surja com um dinamismo diferente.
19 de março de 2007
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