Os Violinos vão à Escola
“Uma Orquestra de Violinos” é um projecto educativo, e de integração social, que ensina música em tempo escolar e abre portas para outras realidades aos alunos da Escola EB1 nº2 de Vialonga.
O som do violino faz-se ouvir todos os dias na EB1 nº 2 de Vialonga. Por 40 minutos, os números e as letras dão lugar ao som das notas musicais. “Uma orquestra de Violinos” é o projecto responsável por tamanha alteração na vida escolar dos alunos desta escola, no Concelho de Vila Franca de Xira.
A ideia surgiu ainda no ano lectivo de 2004/05. «Somos uma escola com uma população com dificuldades acentuadas que necessita de outras oportunidades e a música estava muito ausente e é uma componente importante», explica Armandina Soares, presidente do Conselho Executivo da EB1 nº2 de Vialonga. A isto junta-se o encontro casual com a professora de Música Rita Mendes que gostava de fazer uma experiência pedagógica a este nível e provar que a aprendizagem da música pode ser feita em horário escolar.
Estavam dados os primeiros passos, mas eram precisos apoios para concretizar o sonho. O objectivo era levar os alunos, entre os 6 e os 8 anos, a aprender e apreciar violino, mostrar-lhes outras realidades e, quem sabe, abrir-lhes uma porta para o futuro. Divulgado o projecto o Ministério da Educação disponibilizou-se para pagar à professora as aulas de música e a Câmara Municipal conseguiu o apoio da Centralcer, que ofereceu os instrumentos musicais necessários – 25 violinos e um teclado portátil.
Criadas todas as condições o projecto é lançado a 25 de Novembro de 2005. Os alunos gostaram da novidade e a comunidade escolar acreditou desde logo no projecto. A selecção dos alunos foi feita a partir de critérios de musicalidade. Um ano depois a orquestra de violinos envolve aproximadamente 30 crianças, divididas em dois níveis – os que começaram desde o inicio e os que chegaram este ano -, e ganhou dois novos professores, Jonatas Ferreira e Jean Aroutiounian (Arménio). O entusiasmo e a «vontade de continuar» são os mesmos, ou ainda maiores!
As aulas decorrem em período escolar, sem prejudicar a aprendizagem e aproveitamento das matérias que estão no programa, e têm a duração de 40 minutos. Os violinos – que ficam guardados na escola – saem religiosamente do armário para delicadamente poisarem nos ombros dos jovens pupilos e, ao sinal dos professores, começarem a vibrar nas suas pequenas mãos e a ecoar o seu som por toda a sala.
E não se pense que os alunos envolvidos neste projecto só tocam dentro daquelas quatro paredes da sala de aula. Estes pequenos violinistas já actuaram na sessão de apresentação deste projecto – onde esteve presente a Ministra da Educação -, na festa de Natal da Escola e num encontro intercultural promovido pela Associação de Professores para a Educação Intercultural, entre outras. Para este ano esperam-se outras actuações.
Este projecto é também um programa de integração social para estes jovens que lhes permite ter um primeiro contacto, sustentado, com a música – actualmente esta disciplina só está prevista para o 5º e 6º ano – e conhecer outras realidades e outros sons tão diferentes das músicas da moda que normalmente ouvem com os amigos. Terá isto influência no futuro destas crianças? Armandina Soares garante que o balanço «tem sido muito positivo» e acredita que, inegavelmente, «esta iniciativa vai deixar marcas em todos eles». A Presidente do Conselho Executivo vai mais longe e adianta que, entre as crianças, há pupilos que «têm futuro nesta área e chegados ao 4º ano, devem seguir para o Conservatório».
A concretizar-se, a vinda do pólo do Conservatório de Música para Vialonga poderá vir a facilitar que estes jovens aprendizes possam dar continuidade aos estudos dentro da área.
Mas a iniciativa da Escola EB1 nº2 de Vialonga não se fica por aqui. O sonho ganha asas e quer voar mais alto. «Queremos criar uma orquestra com diferentes instrumentos» adianta Armandina Soares. O desejo é ambicioso, mas está longe de ser impossível até porque a Fundação Calouste Gulbenkian já se mostrou interessada em apoiar este projecto. Como explica Armandina Soares «o violino foi apenas um cheirinho».
31 de janeiro de 2007
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