21 de fevereiro de 2007

Pais e Encarregados de educação juntam-se em encontro nacional

Oliveira de Azeméis vai ser palco do 32º Encontro Nacional das Associações de Pais entre 23 e 24 de Fevereiro. Juntos vão reflectir sobre as boas práticas de gestão escolar e a importância da participação parental.


Promovido pela Federação das Associações de Pais do Concelho de Oliveira de Azeméis (FAPCOA), este encontro anual é visto como uma oportunidade para debater e alertar para alguns dos principais problemas da Educação e para a importância dos pais serem vistos como parceiros neste processo.

Ao longo dos dois dias do encontro, subordinado ao tema «Gestão Escolar: modelos de participação», os participantes vão mostrar que as associações de pais «têm uma papel relevante no processo educativo», explica Ricardo Bastos, Presidente da FAPCOA.

A educação precisa de mudar e os educadores podem ajudar nessa mudança, mas primeiro é necessário haver aquilo que Ricardo Bastos chama de «mudanças de mentalidade». Se pais, escolas e professores querem o melhor para os alunos então devem trabalhar em conjunto e, como sublinha Ricardo Bastos, «não há razão para que as associações de pais sejam vistas como estranhos ou intrusos».

Os movimentos associativos das Associações de Pais já têm quase 30 anos mas a sua participação activa nas escolas é bem mais recente. Actualmente, na maior parte das escolas, as associações de pais são quase como um substituto do Estado. São aquilo que Ricardo Bastos chama de «abono de família», que através de sorteios, por exemplo, arranjam o dinheiro necessário para comprar coisas que fazem falta às escolas.

«Devemos ir para além disto», adianta Ricardo Bastos. O presidente da FAPCOA defende que as associações não se podem limitar a ser «um subsidio para quase tudo» e que os pais devem ter um papel mais activo na administração e gestão das escolas e na tomada de decisões. A titulo de exemplo Ricardo Bastos lembra o caso da Escola da Ponte – uma escola modelo – onde «um pai é presidente do conselho administrativo». As Associações não pretendem vir substituir o papel de ninguém mas sim ter um papel mais activo e interventivo num trabalho que deve ser feito no mesmo sentido porque aquilo que todos pretendem é uma melhor educação.

A experiência de Ricardo Bastos no trabalho com diferentes Associações de Pais diz-lhe que «quanto maiores as dificuldades das escolas maior é a participação dos pais». Actualmente está também a surgir uma nova geração de pais que quer um papel mais activo, mais dinâmico e mais participativo nas escolas, e que é mais notório no 1º ciclo.

Organizar esta iniciativa que vai reunir dirigentes de todo o país e que conta com a presença do primeiro-ministro, secretário de estado da educação, representantes políticos, sindicatos de professores, entre outros, não é tarefa fácil mas teve desde o primeiro momento o apoio da Câmara Municipal e conta com uma grande equipa a trabalhar para que este seja um “grande encontro das associações de pais». O presidente da FAPCOA garante que as associações estão motivadas e «envolvidas de corpo e alma», estando previstos entre 500 a 600 participantes.

Os participantes deste encontro serão recebidos na noite de sexta-feira. No sábado o dia é dedicado ao debate e à discussão das boas práticas de gestão escolar e aos modelos de participação. Entre outros vão intervir no encontro José Manuel Canavarro, da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação de Coimbra, e José Manuel Silva, do Instituto Politécnico de Leiria – Escola superior de Educação.

Ao contrário do que estava inicialmente previsto o 32º Encontro Nacional das Associações de Pais terminará no sábado uma vez que a realização da Assembleia Geral da CONFAP e respectivas eleições de liderança, marcadas para domingo, foram suspensas no inicio desta semana por alegadas irregularidades e incumprimento de prazos.
O conselho fiscal pediu a anulação da convocatória para a Assembleia, alegando não ter tido tempo de emitir o seu parecer sobre o relatório de actividades e contas. Na sequência deste pedido, o presidente da mesa de assembleia-geral anulou o processo eleitoral e a assembleia-geral ordinária, justificando a decisão com irregularidades observadas nos estatutos e com a interligação dos dois actos, que considera não poderem realizar-se isoladamente.


Segundo informações divulgadas pela agência Lusa, a lista A, a única admitida depois de uma outra ter sido excluída por irregularidades na apresentação da candidatura, contesta a decisão, considerando-a ilegal, por esta ter sido tomada sem reunir a mesa da assembleia e a comissão eleitoral, classificando a anulação do processo como «um golpe antiestatutário e ilegal». A lista A acusa ainda o presidente da mesa da assembleia-geral, que integrava a lista concorrente que acabou por ser excluída, de demonstrar uma «gritante falta de isenção, de democraticidade e de respeito pelos estatutos», não tendo condições para permanecer no cargo. Não foi ainda marcada uma nova data para a realização do processo eleitoral.

Ricardo Bastos, não nega que toda esta polémica tenha sido «um murro do estômago» para os elementos que estão a organizar o encontro e que «pode implicar uma menor participação». A decisão de anular as eleições provocou alguns reajustes no evento mas o Presidente da FAPCOA garante que «o que depende de nós [FAPCOA] vai ser bem feito». O resto, diz, «são guerras que só nos desprestigiam».

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