12 de março de 2007

Promover a qualificação de jovens e adultos

Ministério da Educação e Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social lançam campanha com o objectivo de valorizar e promover a aprendizagem e estimular a procura de formação profissional.

A partir do final deste mês, e até ao final do ano lectivo, decorrerá a campanha de mobilização social, lançada no âmbito da iniciativa novas oportunidades que visa valorizar o processo de aprendizagem e a estimular a procura de formação profissionalizante.

A campanha agora anunciada tem duas vertentes. Numa primeira fase, que terá inicio ainda durante este mês, diversas figuras do mundo do desporto, da moda e do espectáculo dão a cara em spots na comunicação social subordinados ao lema “Se não tivesse estudado, não teria chegado onde estou”.

Durante as férias da Páscoa começa a segunda fase da campanha e a frase chave será “Acaba o secundário aprendendo uma profissão”. Com este mote pretende-se atrair os estudantes para as ofertas profissionalizantes que, não só conferem um diploma escolar como, simultaneamente, preparam os jovens para entrar no mundo do trabalho com uma qualificação.

Com o regresso às aulas depois deste período de férias, surgirá uma outra campanha lançada pelo Ministério da Educação (ME), em parceria com a Associação Nacional de Municípios. Os protagonistas passam a ser os alunos dos estabelecimentos de ensino da rede pública, e com o slogan “Todos juntos poderemos melhorar a escola”, pretende-se valorizar a escola pública, nomeadamente a aprendizagem da Matemática, o ensino do Inglês e a aposta no Desporto Escolar.

Segundo o ME as férias da Páscoa «representam um momento crítico para muitos alunos» uma vez que, cerca de 45 mil alunos já não regressam à escola no inicio do terceiro período. Anualmente abandonam a escola, nesta altura, entre 18 a 20 mil alunos de 15/16 anos que frequentam o 7.º ano, a que se juntam entre 20 a 25 mil estudantes com 18 anos que estão matriculados no 10.º ano.

No último ano lectivo esta situação foi menos notória devido ao aumento das ofertas de formação profissionalizantes, que captaram 10 mil alunos no ensino básico e 15 mil no secundário. Ainda assim, para o ME «os resultados estão longe de ser satisfatórios», sendo por isso necessário combater a situação, prevenindo as saídas precoces do sistema educativo e fazendo voltar à escola os alunos que deixaram de estudar. É, aliás, com este objectivo, que o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social vão lançar esta campanha para promover a qualificação de jovens e adultos.

Entretanto, está já a decorrer uma campanha destinada aos adultos, lançada em colaboração com a Agência Nacional para a Qualificação. Sob o lema “Aprender compensa”, o objectivo é sublinhar a importância da qualificação da população activa, divulgando as ofertas formativas existentes para este público-alvo e a possibilidade de certificar as aprendizagens efectuadas em diversos contextos de vida – para isso, os adultos deverão dirigir-se à rede de Centros Novas Oportunidades distribuída por todo o país.

A iniciativa Novas Oportunidades foi lançada em conjunto pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e pelo Ministério da Educação, e dirige-se aos jovens que abandonaram, ou estão em risco de abandonar, o sistema de ensino sem completar 9 ou 12 anos de escolaridade; e aos adultos activos com baixas qualificações.

Segundo um artigo conjunto da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e do ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José António Vieira da Silva, publicado recentemente no Jornal de Notícias, no caso dos jovens, é preciso impedir que cerca de 40%, entre os 18 e 24 anos, deixe a escola sem completar 12 anos de escolaridade - o que reflecte níveis globais de escolarização aquém dos patamares internacionais mínimos – bem como expandir a oferta dos cursos profissionais e garantir a sua qualidade e adequação às necessidades e expectativas dos alunos. Até 2010 a meta é garantir que 50% dos alunos do secundário seguem vias profissionalizantes, alinhando os valores nacionais com a média da OCDE.

Reforço da acção social no ensino secundário

As condições socioeconómicas são um dos factores que comprometem a permanência de alguns alunos na escolas. Para evitar esta situação, segundo informações do próprio ME, está já a ser estudada a criação de um sistema de bolsas que incentive a permanência dos alunos no sistema de ensino, devendo-se alargar assim a acção social escolar no ensino secundário.

Sem comentários: