31 de janeiro de 2007

Lisboa recebe Instituto Confúcio

A Universidade de Lisboa vai ter um departamento do Instituto Confúcio para promover a língua e cultura chinesas em Portugal.


O protocolo foi hoje assinado, na China, pelo Reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, e pela directora geral do Conselho Internacional do Ensino Chinês, Xu Lin.

De acordo com informações divulgadas pela Agência Lusa, o Instituto Confúcio pretende desenvolver o intercâmbio e o diálogo entre Portugal e a China nos domínios da educação, cultura, política e negócios.

Esta oportunidade surge de um convite e interesse formal por parte da China em estabelecer uma parceria com a Universidade de Lisboa. Amélia Loução, vice-reitora da Universidade, adianta que receber o Instituto Confúcio é motivo «de um grande orgulho porque foram eles que nos convidaram e desafiaram» para este projecto. Além disso, acrescenta, «ter um pólo com estas características é extremamente importante porque permite abrir parcerias entre os dois países» não só ao nível da educação mas também da cultura e dos negócios.

No protocolo o Instituto Confúcio compromete-se a promover e leccionar chinês, desenvolver programas de formação para professores da língua chinesa e actuar como um centro de serviços para instrutores que leccionem chinês em escolas secundárias públicas e privadas.

Outro dos objectivos é estabelecer laços entre empresários portugueses e chineses e promover o conhecimento e a compreensão da cultura chinesa. Está ainda previsto a atribuição de bolsas de estudo e o desenvolvimento de programas de investigação.

O alargamento de actividades a outras universidades e instituições do ensino superior em Lisboa, nomeadamente a Universidade Técnica, a Universidade Nova e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa não vai ser esquecido, mas estudantes, professores e investigadores destas instituições terão desde logo acesso às actividades do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa.

O Gabinete do Conselho Internacional do Ensino do Chinês irá atribuir cerca de 77 mil euros para o arranque do Instituto Confúcio, bem como livros chineses e material de ensino audiovisual para a biblioteca do Instituto, programas de ensino e material de aulas e com o financiamento de projectos especiais recomendados.

À Universidade de Lisboa cabe a responsabilidade de proporcionar estruturas de funcionamento, como espaços para gabinetes, biblioteca e salas de aula.

Para já, Amélia Loução adianta que não há ainda uma data prevista para o inicio das actividades sendo necessário tratar de alguns detalhes.

O Instituto Confúcio terá um Conselho Consultivo que será responsável por definir e acordar a estratégia, o planeamento e o orçamento anual. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e José Sócrates assistiram à assinatura do acordo entre o Conselho Internacional do Ensino do Chinês e a Universidade de Lisboa para a constituição daquele que será o segundo Instituto Confúcio para o ensino da língua chinesa em Portugal – o primeiro está instalado na Universidade do Minho.

Segundo estimativas do Ministério Chinês da Educação cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo estão aprender chinês e este número deverá aumentar para cem milhões em 2010. O Instituto Confúcio assegura a difusão da língua e culturas chinesas além fronteiras, tendo já cerca de 100 centros espalhados por diferentes países e regiões. No final da década espera chegar aos 500 centros.

in www.educare.pt
Os Violinos vão à Escola

“Uma Orquestra de Violinos” é um projecto educativo, e de integração social, que ensina música em tempo escolar e abre portas para outras realidades aos alunos da Escola EB1 nº2 de Vialonga.


O som do violino faz-se ouvir todos os dias na EB1 nº 2 de Vialonga. Por 40 minutos, os números e as letras dão lugar ao som das notas musicais. “Uma orquestra de Violinos” é o projecto responsável por tamanha alteração na vida escolar dos alunos desta escola, no Concelho de Vila Franca de Xira.


A ideia surgiu ainda no ano lectivo de 2004/05. «Somos uma escola com uma população com dificuldades acentuadas que necessita de outras oportunidades e a música estava muito ausente e é uma componente importante», explica Armandina Soares, presidente do Conselho Executivo da EB1 nº2 de Vialonga. A isto junta-se o encontro casual com a professora de Música Rita Mendes que gostava de fazer uma experiência pedagógica a este nível e provar que a aprendizagem da música pode ser feita em horário escolar.

Estavam dados os primeiros passos, mas eram precisos apoios para concretizar o sonho. O objectivo era levar os alunos, entre os 6 e os 8 anos, a aprender e apreciar violino, mostrar-lhes outras realidades e, quem sabe, abrir-lhes uma porta para o futuro. Divulgado o projecto o Ministério da Educação disponibilizou-se para pagar à professora as aulas de música e a Câmara Municipal conseguiu o apoio da Centralcer, que ofereceu os instrumentos musicais necessários – 25 violinos e um teclado portátil.

Criadas todas as condições o projecto é lançado a 25 de Novembro de 2005. Os alunos gostaram da novidade e a comunidade escolar acreditou desde logo no projecto. A selecção dos alunos foi feita a partir de critérios de musicalidade. Um ano depois a orquestra de violinos envolve aproximadamente 30 crianças, divididas em dois níveis – os que começaram desde o inicio e os que chegaram este ano -, e ganhou dois novos professores, Jonatas Ferreira e Jean Aroutiounian (Arménio). O entusiasmo e a «vontade de continuar» são os mesmos, ou ainda maiores!

As aulas decorrem em período escolar, sem prejudicar a aprendizagem e aproveitamento das matérias que estão no programa, e têm a duração de 40 minutos. Os violinos – que ficam guardados na escola – saem religiosamente do armário para delicadamente poisarem nos ombros dos jovens pupilos e, ao sinal dos professores, começarem a vibrar nas suas pequenas mãos e a ecoar o seu som por toda a sala.

E não se pense que os alunos envolvidos neste projecto só tocam dentro daquelas quatro paredes da sala de aula. Estes pequenos violinistas já actuaram na sessão de apresentação deste projecto – onde esteve presente a Ministra da Educação -, na festa de Natal da Escola e num encontro intercultural promovido pela Associação de Professores para a Educação Intercultural, entre outras. Para este ano esperam-se outras actuações.

Este projecto é também um programa de integração social para estes jovens que lhes permite ter um primeiro contacto, sustentado, com a música – actualmente esta disciplina só está prevista para o 5º e 6º ano – e conhecer outras realidades e outros sons tão diferentes das músicas da moda que normalmente ouvem com os amigos. Terá isto influência no futuro destas crianças? Armandina Soares garante que o balanço «tem sido muito positivo» e acredita que, inegavelmente, «esta iniciativa vai deixar marcas em todos eles». A Presidente do Conselho Executivo vai mais longe e adianta que, entre as crianças, há pupilos que «têm futuro nesta área e chegados ao 4º ano, devem seguir para o Conservatório».

A concretizar-se, a vinda do pólo do Conservatório de Música para Vialonga poderá vir a facilitar que estes jovens aprendizes possam dar continuidade aos estudos dentro da área.

Mas a iniciativa da Escola EB1 nº2 de Vialonga não se fica por aqui. O sonho ganha asas e quer voar mais alto. «Queremos criar uma orquestra com diferentes instrumentos» adianta Armandina Soares. O desejo é ambicioso, mas está longe de ser impossível até porque a Fundação Calouste Gulbenkian já se mostrou interessada em apoiar este projecto. Como explica Armandina Soares «o violino foi apenas um cheirinho».


«Não há equivalência automática»

Ministério, Direcção Geral do Ensino Superior e Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa negam que licenciaturas concluídas antes da entrada em vigor do Processo de Bolonha sejam automaticamente promovidas a Mestrado.


Face às notícias avançadas por alguns meios de comunicação durante o fim-de-semana relativamente à equivalência de licenciaturas de cinco anos anteriores ao Processo de Bolonha a grau de Mestrado, a Faculdade de Ciências esclarece, em comunicado, que «os estudantes cujas licenciaturas de cinco anos foram concluídas antes da entrada em vigor do Processo de Bolonha não serão automaticamente promovidas a grau de Mestrado».

Este assunto pode ser confirmado no Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de Março onde se constata «não haver lugar a promoções automáticas de grau licenciado (adquirido antes da vigência do DL 74/2006, com 5 anos de duração) a grau mestre», esclarece Maria Carla Kullberg, do Conselho Directivo da FCUL.

Para Maria Carla Kullberg o artigo 45º do DL 74/2006 de 24 de Março «é muito claro» a este respeito, estabelecendo que é da responsabilidade exclusiva das instituições de ensino superior «fixarem os procedimentos a adoptar para a creditação de formação realizada e adquirida pelos estudantes» noutros ciclos de estudos superiores, em estabelecimentos nacionais ou estrangeiros, quer a obtida no quadro do Processo de Bolonha quer a obtida anteriormente.

Aquilo que está em causa «é ser possível a creditação de formação anteriormente adquirida e este conceito não tem nada a ver com equivalências» esclarece Maria Kullberg, sublinhando que «são coisas distintas e com enquadramento jurídico e implicações diferentes».

Segundo o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) bacharéis e licenciados, antes da reorganização dos graus do ensino superior decorrente do Processo de Bolonha, que pretendam continuar os estudos e obter outros graus académicos devem solicitar a respectiva inscrição às universidades ou institutos politécnicos que pretendam frequentar. Caberá depois a cada estabelecimento de ensino superior avaliar a formação anterior do estudante, em função de cada pedido, e decidir aquilo que pode ou não ser creditado e, consequentemente, qual a formação que o estudante terá ainda de realizar com vista à obtenção do novo grau académico.

A Direcção Geral do Ensino Superior confirma igualmente que «não há qualquer equivalência automática». Aquilo que poderá existir, e está previsto, é que estudantes com licenciaturas de 5 anos, uma vez inscritos num mestrado, «possam pedir a creditação de cadeiras na mesma área, tal como também é possível creditar a experiência profissional».

O Ministério da ciência Tecnologia e Ensino Superior salienta ainda que «esta creditação tem em consideração o nível dos créditos e a área científica onde foram obtidos» e esclarece que cabe a cada instituição de ensino superior fixar os diferentes critérios e condições para a creditação de formação anteriormente realizada.

A FCUL já tem em prática no corrente ano lectivo os procedimentos que asseguram a creditação de formação para efeitos de prosseguimento de estudos, situação que se deverá repetir, ao longo do tempo, e até 2010, para todos os estabelecimentos de ensino superior.


Assumido em 1999 pelos Estados da União Europeia, o processo de Bolonha é um compromisso para a criação, até 2010, de um "espaço europeu do Ensino Superior", assumido em 1999 pela União Europeia e tem como principal objectivo tornar equivalentes os graus académicos atribuídos em todos os Estados-membros facilitando assim a mobilidade e a empregabilidade dos estudantes na Europa.


30 de janeiro de 2007

Concurso Nacional de Jornais Escolares

Promovido pelo projecto Público na Escola, este ano a iniciativa está subordinada ao tema “Ler na Escola e no Mundo do séc. XXI Como? Quando? Onde? Porquê?”


O concurso não é novo. Costuma repetir-se todos os anos mas sempre com um tema diferente. O objectivo, esse, como explica Eduardo Jorge Madureira, director pedagógico do projecto, é «estimular a realização e evolução de jornais escolares» num número cada vez maior de escolas. E os jornais escolares têm um papel importante porque não só fazem parte do processo de aprendizagem dos alunos e de identidade de cada escola como funcionam como um instrumento cívico de discussão de temas relevantes e como meio de comunicação entre a comunidade escolar e o meio envolvente.

Este ano o concurso nacional de jornais escolares «decorre do Plano Nacional de Leitura» e tem como tema: “Ler na Escola e no Mundo do séc. XXI Como? Quando? Onde? Porquê?”

A leitura tem um papel fundamental na sociedade e com os novos suportes surgem novos tipos de texto que requerem outras competências. O que é que lemos? Porque é que lemos? O que é que fazemos com aquilo que lemos? Porque é que queremos que os outros leiam? Como é que estimulamos a leitura? As respostas a estas e outras perguntas serão dadas pelos jornais escolares que aceitarem o desafio e participarem neste concurso.

O director pedagógico do projecto defende que «é fundamental dinamizar o gosto pela leitura nas escolas» e reconhece que «estamos a ir no bom caminho». Esta iniciativa, com este tema específico, é uma ajuda para a reflexão de todos e ao mesmo tempo uma maneira de maior destaque ao assunto e dar maior visibilidade aquilo que está a ser feito nas diferentes escolas.

A iniciativa está aberta a todos os agrupamentos escolares e estabelecimentos de ensino dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, de Norte a sul do país, regiões autónomas e comunidades portuguesas no estrangeiro. As inscrições têm de ser feitas até dia 30 de Março e os materiais terão de ser enviados durante o mês de Junho. Podem concorrer publicações em suporte de papel – com pelo menos 3 edições - ou jornais electrónicos – com, no mínimo, 3 actualizações de fundo. Os premiados serão conhecidos até final do mês de Outubro deste ano.

No 1º escalão - para estabelecimentos do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico e jardins de infância – e no 2º - escolas secundárias e profissionais – os vencedores poderão receber 3700 euros, para o 1º prémio, 2500 euros, para o 2º, e 1250 euros para o 3º lugar. O 3º escalão é referente apenas aos jornais electrónicos e tem um prémio único no valor de 2500 euros.

Serão ainda atribuídos dois prémios especiais: um prémio para distinguir o melhor grafismo, no valor de 600 euros e um prémio especial, no valor de 2500 euros, a que só se podem candidatar os jornais escolares premiados na edição do ano passado. Em todos os casos, e como está previsto no regulamento, «o valor dos prémios destina-se a ser utilizado no desenvolvimento de um projecto de comunicação».

Para já esperam-se centenas de candidaturas até porque o balanço das edições anteriores tem sido muito positivo. «Temos sempre 200 a 300 escolas de todo o país e de todos os graus de ensino a participar», justifica Eduardo Jorge Madureira.

O projecto Público na Escola é uma iniciativa de educação para os media do jornal Público que visa estimular a produção e edição de jornais escolares, a criação de acções de formação para professores responsáveis por jornais escolares e a edição de materiais que facilitem a educação pelos media e ajudem a compreender o dia-a-dia. Este concurso de jornais escolares nasceu e tem vindo a crescer com o jornal Público que assinala este ano o seu 17º aniversário.

Esta iniciativa conta com o apoio do Ministério da Educação, Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Cientifica e Tecnológica, da Porto Editora e do Centro Português de Design.

Mais informações em: http://www.publico.clix.pt/homepage/projectos/pubnaesc/


“Deixemos o Sexo em Paz”

Peça de teatro pedagógica apresenta a sexualidade sem tabus, de modo leve e divertido. Em digressão pelo país, e em breve em cena no Teatro Maria Vitória, em Lisboa, esta peça é um contributo para o programa de educação sexual.


Durante 1h30, a adaptação do original do dramaturgo Dario Fo (Prémio Nobel da Literatura) e Franca Rame, a cargo da Companhia de Teatro Maria Paulos, ganha vida pela mão da actriz – a própria Maria Paulos - que interpreta uma conferencista que numa pequena intervenção, em que frequentemente interage com o público, apresenta pequenos factos do dia-a-dia e «tão pertinentes» como os pais perante o sexo, a primeira experiência sexual, a virgindade, a menstruação, a relação com o outro sexo, as inseguranças dos rapazes, o orgasmo, a impotência, o aborto, entre outras.

A ideia para esta peça «surge na sequência de este texto ser pedagógico e muito bem construído sobre a temática da Educação Sexual» procurando passar a mensagem de que se deve «encarar a vida sexual como uma forma de ser feliz, praticando-a de uma maneira consciente e informada», explica Maria Paulos.

Com o objectivo de consciencializar o público jovem «e não só», sublinha Maria Paulos, sobre os problemas do sexo que ainda são tabu, a peça de teatro “Deixemos o Sexo em Paz” tem efectuado digressões a várias escolas de Norte a Sul do país e já passou por algumas salas como o Teatro Sá da Bandeira, no Porto, o Auditório António Aleixo, em Vila Real de Santo António, entre outras. A partir do dia 27 de Fevereiro a peça estará em cena no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, em Lisboa, em datas específicas a designar.


Dirigida a um público vasto, «dos 12 aos 150... anos!», a peça fala de coisas sérias de um modo leve e divertido. E esta abordagem tem agradado quer aos jovens quer aos adultos uma vez que a «receptividade da peça tem sido muito boa», garante Maria Paulos.

Diversas associações de pais e professores já consideraram esta peça «um excelente contributo para a disciplina de sexualidade». E a explicação pode ser simples. Para os responsáveis por esta peça, “Deixemos o Sexo em Paz” apresenta de forma risonha «um tema geralmente solenizado» e chama a atenção para a importância que tem uma sexualidade bem vivida, por pessoas bem informadas sobre os diferentes riscos existentes e com uma atitude de liberdade que não pode excluir a responsabilidade.

Ao longo de todo o espectáculo, e em diversas cenas, a personagem interpretada por Maria Paulos dá resposta à curiosidade dos adolescentes, «que iniciam cada vez mais cedo e muitas vezes de uma forma errada e “às escuras” a sua vida sexual» e, num tom de comédia, vai desmontando o ridículo e a pomposidade de diversas situações, resultantes sobretudo, do desconforto e da incomodidade de como, por vezes, algumas pessoas tratam e vêem o sexo.

A peça continua em digressão mas a partir do dia 27 de Fevereiro e até Dezembro pode ser vista no Teatro Maria Vitória, em Lisboa, em datas específicas. As sessões estão previstas para as 15 horas e é necessário efectuar uma pré-reserva. Para requisitar a peça ou fazer a pré-reserva as escolas ou outras entidades interessadas devem entrar em contacto com o teatro Maria Paulos, responsável pela produção da peça “Deixemos o Sexo em Paz”.

Mais informações em:
www.teatromariapaulos.com.sapo.pt
www.mariapaulos.com.sapo.pt

26 de janeiro de 2007

Prémio Estatístico Júnior 2007

Concurso organizado pela Sociedade Portuguesa de Estatística dirige-se aos alunos do 3º ciclo e do Secundário. As candidaturas têm de ser enviadas até dia 15 de Maio.

O Prémio Estatístico Júnior surgiu em 2005 como uma iniciativa da anterior Direcção da SPE em comemoração do 25º aniversário da fundação da Sociedade. Para Russell Alpizar, da direcção da SPE, o principal objectivo desta iniciativa «é estimular e desenvolver o interesse dos alunos pela área da probabilidade e estatística» salientado que esta matéria faz parte dos programas de matemática do 3º ciclo e do Ensino Secundário e que «normalmente levantam problemas de aprendizagem».

Dirigido aos alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, aceitam-se s candidaturas individuais ou em grupo, com um máximo de 3 alunos, e pode ainda fazer parte um professor do ensino básico ou secundário a quem cabe o papel de orientador.

A temática do trabalho «deve estar relacionada com a teoria da probabilidade e/ou estatística», explica Russel Alpizar, e os candidatos têm de apresentar um trabalho constituído por um texto escrito, em Português, com um máximo de 10 páginas A4 dactilografadas, e um poster, em formato A2, que resuma os principais aspectos do trabalho.

Os autores dos três melhores trabalhos do 3ºciclo do ensino básico e do ensino secundário serão presenteados com prémios constituídos por produtos pedagógicos editados pela Porto Editora (à excepção de manuais escolares) no valor de 600, 300 e 200 euros, a atribuir, respectivamente, aos trabalhos que sejam classificados em 1º, 2º e 3º lugar. Aos grupos proponentes dos trabalhos classificados em 1º lugar será também oferecida uma ampliação do correspondente poster que será colocado na Sessão de Posters do XV Congresso Anual da SPE.

Mas os alunos não serão os único presenteados. O professor orientador do trabalho classificado em 1º lugar, em cada categoria, também será premiado. O docente receberá uma anuidade grátis como sócio da SPE, ajudas de custo para participação no XV Congresso Anual da SPE e produtos pedagógicos editados pela Porto Editora (à excepção de manuais escolares) no valor de 500 Euros.

O concurso está aberto até 15 de Maio de 2007 e os interessados deverão preencher e enviar um boletim de candidatura, acompanhado do trabalho concorrente, para a Sociedade Portuguesa de Estatística, dirigido ao Presidente da SPE.

A apreciação dos trabalhos submetidos a concurso é da competência de um júri, cuja constituição e nomeação é da responsabilidade da Direcção da SPE.

Em 2005 concorreram 10 trabalhos de jovens dos Ensinos Básicos e Secundário e, garante o membro da direcção da SPE, «apareceram trabalhos muito interessantes», que apresentavam «aplicações da probabilidade e estatística em matérias de outras disciplinas ou em questões relativas à própria escola e à opinião dos alunos sobre essas questões». Foram premiados trabalhos da Escola EB 2,3 de Mexilhoeira Grande (1º lugar do Ensino Básico); da Escola Frei Manuel de Santa Inês de Rio de Mouro (2º e 3º lugar do Ensino Básico; da Escola Secundária da Chamusca (2º lugar do Ensino Secundário) e da Escola Secundária do Entroncamento (3º lugar do Ensino Secundário). Nesta edição o 1º lugar do Ensino Secundário não foi atribuído.

Na última edição o balanço foi tão positivo que a actual Direcção da SPE decidiu «dar continuidade a esta iniciativa com uma periodicidade anual» para ser compatível com os Congressos Anuais que a SPE organiza, adianta Russel Alpizar. No entanto, sublinha, «a viabilidade dessa continuidade depende em grande medida dos eventuais patrocínios».

Na edição dos prémios "Estatístico Júnior 2005" a SPE contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Os prémios "Estatístico Júnior 2007" contam com o apoio da Porto Editora.

Mais informações:http://www.spestatistica.pt

25 de janeiro de 2007

Projecto Escola na Natureza

Já pensou em ter formação na área do ambiente e da sustentabilidade fora de uma sala de aula e em plena área protegida? Durante dois dias, e uma noite, este projecto pode ser a solução para alunos e professores.


Esta acção, destinada a todos os alunos do 8º ano do ensino básico, surge de um protocolo estabelecido entre o Instituto da conservação da Natureza e a direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento curricular, e visa facultar aos estudantes formação na área do ambiente e sustentabilidade.

A formação decorre em áreas protegidas nacionais onde os alunos permanecem durante dois dias e uma noite e onde realizam diversas actividades didácticas elaboradas por técnicos do ICN e das Direcções Regionais de Educação. Nesta acção reforça-se não só a importância nacional das áreas protegidas como também se salienta o papel do cidadão na preservação dos valores naturais e culturais destas áreas bem como da qualidade ambiental

As inscrições são efectuadas no portal do Ministério da Educação,
www.dgidc.min-edu.pt, e serão posteriormente validadas pela respectiva área protegida, uma vez que as vagas existentes em cada uma deles é limitado.

Durante este ano lectivo o projecto desenvolve-se em sete áreas protegidas. Para o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural de Sintra-Cascais, e para a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha já não se aceitam inscrições mas ainda é possível fazer inscrições para outras áreas protegidas.

Até 31 de Janeiro as inscrições ainda estão abertas para a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto onde as acções só vão começar em Março e prolongam-se até Junho. No Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros esta iniciativa decorre durante todo o mês de Maio e os interessados podem inscrever-se até dia 1 de Março. No Parque Natural da Ria Formosa e no Parque Natural da Serra de S. Mamede as próximas acções decorrem entre os meses de Fevereiro e Maio, têm uma lotação de 30 pessoas e, em ambos os casos, as inscrições deverão ser feitas no máximo um mês antes da data pretendida.

O alojamento dos participantes é garantido por cada uma das áreas protegidas mas o transporte dos alunos é da responsabilidade das escolas participantes. A alimentação ficará a cargo de cada um dos alunos.

Para estes dois dias de escola em plena natureza os alunos devem ir prevenidos. Para que não lhes falte nada durante este período, o Instituto de Conservação da Natureza aconselha-os a levar chapéu, roupa e sapatos confortáveis - para os dois dias, e uma noite -, material de higiene pessoal, toalhas, recipiente para transporte de água para beber - uma garrafa ou um cantil, por exemplo - e um saco-cama.

O projecto está agora numa fase de expansão mas teve um período experimental com duração de dois anos. No final do ano lectivo de 2004/2005 a fase piloto decorreu com sucesso nos Parques Naturais da Ria Formosa e da Serra de S. Mamede.

A médio prazo os responsáveis pelo projecto esperam poder envolver todas as áreas protegidas nacionais de modo a poderem oferecer este programa a todos os alunos do 8º ano de escolaridade e garantirem que, antes de concluírem a escolaridade obrigatória, todos os estudantes têm acesso a esta formação em contacto directo com a natureza.

Mais informações:
www.icn.pt


24 de janeiro de 2007

Prémio Nacional de Professores

Ministra da Educação pretende distinguir e galardoar os docentes que contribuam de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino. O prémio tem o valor de 25.000 euros e serão também atribuídos prémios de mérito.

Educadores de infância, professores dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário já podem ser propostos para a atribuição do Prémio Nacional de Professores, anunciado hoje pela Ministra de Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

Com atribuição anual, esta iniciativa tem como objectivo reconhecer os profissionais que contribuam para a qualidade do sistema de ensino em Portugal, quer no exercício da actividade docente, em contacto directo com alunos, quer na defesa de boas práticas com impacto na valorização da escola. Para Maria de Lurdes Rodrigues está é uma oportunidade para «devolver ao país o conhecimento da excelência dos professores» e reconhecer o trabalho feito dado que « parte do nosso percurso é tributário do trabalho dos professores».

Além do Prémio Nacional serão ainda atribuídos quatro Prémios de Mérito. O Prémio Carreira pretende distinguir os profissionais que ao longo da sua carreira se tornaram uma referência para os seus pares, alunos e restante comunidade educativa, pela adopção de boas práticas e capacidade de lidar com as dificuldades. O Prémio Integração destaca antes os professores que dêem particular atenção às necessidades educativas dos alunos com ritmos e estilos diversos de aprendizagem ou de diferentes culturas. O Prémio Inovação visa premiar professores que introduzam métodos inovadores de ensino na sua prática educativa e o Prémio Liderança reconhece professores que revelem um desempenho excepcional nas actividades de coordenação e dinamização ou gestão da escola.

Para a atribuição de qualquer um dos prémios os candidatos têm de ser propostos pelos estabelecimentos de ensino, pelas associações profissionais de professores ou por um grupo constituído por um mínimo de 50 docentes. Cada entidade só pode propor apenas um docente, especificando claramente o prémio a que o candidata. Para já os alunos ficam fora deste processo e não podem nomear nenhum candidato uma vez que, como explica a Ministra da Educação, «existe uma dimensão técnica que requer a validação dos pares profissionais e dos estabelecimentos de ensino». Ainda assim, adianta, pais e alunos acabam por participar indirectamente nestas nomeações uma vez que está previsto que «as assembleias escolares apresentem candidaturas». Contudo, em próximas edições, eventualmente, este processo também poderá ser alargado, mais directamente, à comunidade estudantil.

A análise das propostas apresentadas e a escolha dos candidatos vencedores de cada um dos prémios cabe ao júri presidido por Daniel Sampaio e formado por mais sete personalidades «de reconhecida competência e idoneidade»: António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa; Dulce Lavajo, responsável pelo apoio e divulgação do modelo pedagógico Ensinar é Investigar no Porto; Isabel Alarcão, Professora Catedrática aposentada da Universidade de Aveiro; Manuel Rangel Henriques, Director e Coordenador Pedagógico da Escola Tangerina, Educação e Ensino, no Porto; Manuela Castro Neves, Professora do 1º ciclo reformada e autora de vários livros; Raquel Seruca, investigadora e professora da Faculdade de Medicina do Porto; e Roberto Carneiro, antigo Ministro da Educação e Professor da Universidade Católica.

Cada candidatura será acompanhada por um «texto justificativo» que especifique os contributos do candidato para a melhoria do sistema de ensino, currículo do professor e respectivo portfolio, que reuna trabalhos e documentos relevantes para a avaliação e «sustenta as candidaturas, como explica Daniel Sampaio, presidente do júri.

As propostas de candidatura têm de ser apresentadas até dia 30 de Abril, electronicamente, através da página http://www.min-edu.pt/premio, e deverão apresentar professores em exercício efectivo de funções.

Daniel Sampaio acredita que «será difícil escolher» mas salienta que é «fundamental distinguir o trabalho dos professores» por isso mesmo garante que as candidaturas vão ser analisadas «com todo o cuidado»

O Prémio Nacional de Professores terá o valor de 25 000 euros e os restantes prémios serão materializados por Diplomas de Mérito Pedagógico, visitas de estudo a escolas ou a instituições de referência no estrangeiro bem como a publicação e divulgação de trabalhos dos candidatos.

O processo de análise e de selecção das candidaturas deverá estar concluído até 30 de Outubro. A cerimónia de atribuição e de divulgação dos prémios deverá ter lugar até 15 de Dezembro.

À margem da apresentação destes prémios, questionada sobre a entrega de um abaixo-assinado da FENPROF que reivindica a realização de um novo concurso de colocação nas escolas este ano, a Ministra da Educação não se alongou em comentários adiantando apenas que «não houve irregularidades» e que «não vai haver novo concurso».

23 de janeiro de 2007

Universidade do Minho lança website para a inserção de licenciados

O novo site visa facilitar a inserção dos licenciados, bem como aumentar e dinamizar a cooperação entre todos os actores que fomentam o emprego da Região.

Desenvolvido no quadro institucional do Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS) e co-financiado pelo FSE e pelo Estado Português, o Projecto MeIntegra – “Mercados e Estratégias de inserção de jovens licenciados” deu origem ao site www.meintegra@ics.uminho.pt que é amanhã apresentado.

O Projecto MeIntegra – “Mercados e Estratégias de inserção de jovens licenciados” é, como explicam em comunicado, «um estudo que pretende abordar a temática de inserção profissional de jovens recém-licenciados da Universidade do Minho - oriundos de várias áreas científicas como Humanidades, Ciências Sociais, Tecnologias e Engenharias – e, ao mesmo tempo, fazer um diagnóstico às empresas da região Norte, abrangendo os diversos sectores de actividade que têm vindo a recrutar este tipo de mão-de-obra»

Deste modo, o projecto MeIntegra procura não só identificar os mecanismos facilitadores de acesso ao primeiro emprego mas também os factores de consolidação de um percurso profissional “favorável”. Tudo isto com o objectivo de reformar os dispositivos de inserção profissional, nomeadamente através de medidas de prevenção e de combate ao desemprego e de desenvolvimento de recursos humanos e promoção da igualdade de oportunidades no acesso ao mercado de trabalho.

O site surge com o objectivo devolver aos grupos-alvo deste estudo os seus principais resultados – que serão divulgados em breve – e agrega informações sobre novas oportunidades de inserção, quer para os licenciados da Universidade do Minho, quer para as Empresas da Região que pretendam recrutar mão-de-obra qualificada.

Para os licenciados da Universidade do Minho estará disponível um leque de serviços diversificado que lhes permitirá colocar o curriculo on-line e consultar diversas informações sobre emprego, formação, notícias, e links temáticos.

Como o novo site as empresas também poderão aceder aos currículos dos licenciados da Universidade do Minho que se candidatarem a emprego, e colocar ofertas de emprego e/ou estágio através do preenchimento de um formulário próprio.

Mas o MeIntegra não se fica por aqui. Quem passar pelo site vai ficar a conhecer, em breve, os principais resultados do estudo desenvolvido e descobrir as diferentes acções a realizar, que passarão por sessões de formação avançada, tertúlias e workshops onde serão abordados temas essenciais como as técnicas de procura de emprego, preparação de entrevistas e currículos, realização de planos de desenvolvimento pessoal e profissional, entre outros.

Estará também disponível um fórum onde vão ser abordadas as principais questões sobre a temática, permitindo que sejam colocadas questões por todos os interessados e apresentadas respostas da responsabilidade da equipa técnica e de consultores designados para o efeito.

Outra característica deste site é a criação de um espaço para troca de tempo e conhecimentos. Nos “classificados de tempo” - assim se designa o espaço – a única moeda de troca é o tempo. Aquilo que se pretende, como explica o comunicado, é que «os utentes deste serviço troquem o seu tempo, promovendo um maior contacto com outras realidades e experiências, contribuindo assim para uma maior aprendizagem». Essa troca, será o ponto de partida para uma maior valorização e promoção de actividades de cooperação entre as pessoas. De salientar que apesar de este serviço ser dirigido especificamente à comunidade académica não é exclusivo e qualquer pessoa ou organização se pode inscrever. A única condição é pedir, mas também oferecer tempo.

O evento de apresentação deste projecto realiza-se amanhã, em sessão pública, no anfiteatro B1/CPII, do Campus de Gualtar da Universidade do Minho. Com inicio previsto para as 17 horas, conta com a presença da responsável científica do projecto, Prof.ª Ana Paula Marques, da respectiva equipa técnica e do responsável da empresa que concebeu o website.

21 de janeiro de 2007

Sistemas de Ensino na União Europeia

Uma das razões apontadas para as alterações que o Governo quer implantar no ensino básico é uma tentativa de aproximar o sistema educativo português daqueles que são praticados, com sucesso, na União Europeia. O Educare.pt analisa aqui alguns desses sistemas e compara-os.

Portugal

Por cá o ensino é obrigatório e prolonga-se até ao 9º ano sendo que as crianças começam a escola aos 6/7 anos. O ano escolar decorre entre Setembro e Junho, com a duração de 180 dias. No 1º ciclo o tempo lectivo semanal estende-se até às 25 horas, 5 horas por dia, incluindo intervalos. Cabe ao professor gerir o tempo lectivo das diferentes áreas de acordo com as características da turma e o horário da escolar. A escola mantém-se aberta até às 17h30 para actividades de animação e apoio, enriquecimento curricular ou actividades extra-curriculares. Já no 2º ciclo passam a existir 16 períodos lectivos, de 90 minutos cada, sendo que a carga horária diária é estabelecida pelos órgãos de gestão dos estabelecimentos de ensino.

As turmas só com um ano de escolaridade não devem ter mais de 24 alunos e se existirem alunos de mais de dois anos escolares e só um professor então o número de alunos tem de reduzir para 22. No 2º ciclo procura-se manter a turma do ano anterior e agrupar alunos da mesma idade. Aqui o número de alunos de cada turma pode variar entre os 24 e os 28.

O programa é estabelecido a nível nacional mas estão previstos ajustamentos em função dos recursos e infra-estruturas das escolas, bem como de propostas elaboradas no âmbito da sua autonomia. A escolha dos manuais escolares é da competência do Conselho de Docentes no 1º ciclo, e do Departamento Curricular no 2º, de acordo com critérios de apreciação estabelecidos a nível dos Serviços Centrais do Ministério da Educação.

Em termos de currículo, o programa do 1º ciclo inclui as seguintes áreas: Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio, Expressões (artística e físico-motora), Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. Já no 2º ciclo no plano curricular estão incluídas as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, História e Geografia de Portugal, Matemática, Ciência da Natureza, Educação Visual e Tecnológica, Educação Musical, Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Educação Cívica. Em ambas as etapas a Educação Moral e Religiosa surge como disciplina facultativa.

Para já, no 1º ciclo o modelo de ensino é globalizante e está a cargo de um único professor, podendo este ser apoiado em áreas especializadas. Já o 2º ciclo funciona em regime de pluridocência, está organizado por áreas de estudo de carácter pluridisciplinar sendo desejável que a cada área corresponda um ou dois professores.

No que concerne à avaliação esta tem um carácter sistemático e continuo. Se o aluno não desenvolver as competências necessárias para progredir com sucesso os seus estudos então pode ficar retido. Contudo, no 1º ciclo, excepto se o aluno tiver ultrapassado o limite de faltas injustificadas, não há lugar a retenção. Em caso de retenção compete ao professor titular da turma, no 1º ciclo, e ao conselho de turma, no 2º ciclo, elaborar um relatório que identifique as competências não adquiridas pelo aluno que deverão ser tidas em consideração na elaboração do projecto curricular de turma em que será integrado no novo ano lectivo.

Espanha

Do outro lado da fronteira o ensino é obrigatório dos 6 aos 16 anos e divide-se em duas etapas: a educação primária – 3 ciclos com a duração de dois anos cada um, equivalente ao nosso 1º e 2º ciclo – e a Educação Secundária Obrigatória com 4 cursos – equivalente ao nosso 3º ciclo e ensino secundário. A duração do ano escolar é igual, prolongando-se de Setembro a Junho, e compreende no mínimo 180 dias.

As escolas funcionam durante 5 dias da semana e na educação primária há em media 25 aulas semanais, sendo o número mínimo de horas lectivas de 810 horas.

Em termos de currículo o Governo Central estabelece as matérias mínimas que são depois ampliadas por cada uma das Comunidades Autónomas; num segundo nível cada Centro Educativo adapta e desenvolve este currículo básico ao seu caso em particular, e, por fim, cada professor programa as aulas de acordo com o grupo de alunos especifico e apresenta determinadas unidades didácticas

No ensino primário – equivalente ao nosso 1º e 2º ciclo - as área obrigatórias são: Conhecimento do Meio Social, Natural e Cultural, Educação Artística; Educação Física, Língua Castelhana e Literatura, Língua Oficial e Literatura Própria da Comunidade Autónoma (se existir), Língua Estrangeira e Matemática. A disciplina de Religião Católica é opcional. Os Centros Educativos têm autonomia pedagógica nas escolha dos diferentes manuais e materiais didácticos que são utilizados.

As turmas têm no máximo 25 alunos e os estudantes são agrupados de acordo com as sua idades. As aulas da educação primária são dadas por um único professor para todas as áreas com excepção de Música, Educação Física e Língua Estrangeira. Só no Secundário é que os alunos passam a ter um professor por disciplina.

A avaliação é continua e tem em consideração a evolução do aluno nas diferentes áreas. Só se pode repetir de ano uma vez ao longo de toda a etapa e os alunos que passarem de ciclo com avaliação negativa em alguma área devem receber todos os apoios necessários para a sua recuperação. Na educação primária dá-se especial atenção à diversidade dos alunos e à prevenção de eventuais dificuldades de aprendizagem actuando desde logo ao primeiro sinal. É feita uma avaliação de diagnóstico , apenas com um carácter formativo e orientador, das competências básicas alcançadas pelos alunos ao finalizar o 2º ciclo desta etapa (10 anos).

França

O ensino é obrigatório para as crianças entre os 6 e os 16 anos e divide-se em 3 etapas: educação primaria (6 a 11); educação secundária baixa (11 aos 15 anos, equivalente ao nosso 3º ciclo) e educação secundária alta (mais de 15 anos, equivalente ao nosso ensino secundário). A educação nas escolas estatais é gratuita.

A particularidade do sistema de ensino francês é que as escolas estão abertas 6 dias por semana. No entanto não há aulas à 4ª feira e ao sábado de tarde. No ensino primário – equivalente ao 1º e 2º ciclo português - existem por semana 26 aulas com uma hora cada uma, sendo que o número total mínimo de horas de aulas é de 846 horas

Também em aqui é o Ministério da Educação que determina o currículo cabendo aos professores a escolha do método de ensino e dos manuais. O ensino primário concentra-se nos conhecimentos básicos de leitura, escrita e aritmética bem como na educação física. As escolas têm o poder de desenvolver o currículo de modo a que estes reflictam as suas necessidades e circunstâncias particulares.

Não existe um limite recomendado para o número total de alunos por turma que variam consoante os responsáveis pelo estabelecimento de ensino e de acordo com as especificidades locais. Em média no ensino primário existem perto de 25 alunos por turma agrupados normalmente consoante a sua idade. Existe um único professor para todas as matérias enquanto que no ensino secundário passa a existir diferentes professores para áreas distintas.

Alemanha

O funcionamento do sistema de ensino na Alemanha é um pouco diferente uma vez que existe aquilo que eles designam por educação a full time e a partime. A educação obrigatória em full time abrange os jovens entre os 6 e os 15/16 anos (dependendo da zona). Para quem não ande numa escola a full time então a educação é obrigatória até aos 18 anos. O sistema de ensino está também dividido entre educação primária (6 ao 10 anos), equivalente ao nosso 1º e 2º ciclo; educação secundária baixa (10 aos 15/16), equivalente ao nosso 3º ciclo, e educação secundária elevada (15/16 aos 18/19,) equivalente ao nosso ensino secundário.

Em termos de duração do ano escolar na Alemanha está-se perante o ano mais longo uma vez que tem inicio em Agosto e prolonga-se até Julho, englobando 188 dias de aulas (nas escolas que funcionam 5 dias por semana) ou 208 dias (nas escolas abertas seis dias por semana). Na educação primária estão previstas entre 19 a 28 aulas por semana com duração de 45 minutos.

Aqui tudo passa pelo The Landaer Ministries que determinam o currículo, recomendam métodos de ensino e aprovam manuais escolares. As áreas da educação primaria incluem leitura, escrita, aritmética, introdução às ciências naturais e sociais, arte, musica, desporto e educação religiosa.

Dados de 2002, dizem que na educação primária as turmas tinham em media 22 alunos, sendo que os alunos são geralmente agrupados de acordo com a idade. No ensino primário existe apenas um professor para as diferentes matérias e no secundário diferentes matérias que são dadas por professores distintos. Os professores do ensino primário são generalistas e os do secundários são especialistas numa determinada área.

A avaliação continua é uma prática comum e baseia-se em provas escritas e participação oral. Os alunos podem ter de repetir o ano, quando se justificar.

Inglaterra

O ensino é obrigatório entre os 5 e os 16 anos (a partir dos 4 na Irlanda do Norte) e divide-se entre o ensino primário (5-11) e ensino secundário (11 aos 16). A maioria dos alunos vai directamente do ensino primário para o ensino secundário mas em algumas zonas de Inglaterra existem escolas “intermédias” que recebem alunos entre os 8 e os 13 anos.

O ano escolar normalmente prolonga-se entre Setembro e Julho com 190 dias. Estas datas são estabelecidas pelas autoridades locais ou pelo corpo responsável por cada escola. O número de horas semanais de aulas recomendado varia entre as 21 horas (dos 5 aos 7 anos), 23,5 horas (7 aos 11 anos), 24 horas (11 aos 14 anos) e 25 horas (14 aos 16 anos). Na Irlanda do Norte o mínimo de aulas por dia é de 3 horas, para alunos com menos de 8 anos, ou de 4 horas, para alunos com mais de 8 anos. A maioria das escolas garantem mais horas além do mínimo estabelecido. A organização do horário escolar diário é da responsabilidade de cada escola.

O currículo da educação obrigatória em Inglaterra, Pais de Gales e Irlanda do norte está dividido diferentes níveis. O primeiro, dos 5 aos 7 anos (ou dos 4 aos 8 na Irlanda do norte), segundo, dos 7 aos 11 (ou dos 8 aos 11 na Irlanda do Norte), e terceiro, dos 11 aos 14 anos, inclui Inglês, Matemática, Ciência, Design e Tecnologia, Tecnologias de Informação e Comunicação, Educação Física, História, Geografia, Arte, Design e Música. No 3º nível é ainda obrigatória uma Língua Estrangeira e Educação Sexual. A Educação Religiosa é obrigatória desde o primeiro nível.

Já no País de Gales as matérias obrigatórias para o primeiro, segundo e terceiro nível são Inglês, Matemática, Ciência, Design e Tecnologia, Tecnologias de Informação, Educação Física, História, Geografia, Arte e Música. No 3º nível é ainda obrigatória uma Língua Estrangeira. Na Irlanda do Norte existem 5 áreas de estudo obrigatórias para os dois primeiros níveis: Inglês, Matemática, Ciência e Tecnologia, Ambiente e Sociedade e Estudos de Expressão e Criatividade.

As turmas de alunos entre os 5 e os 7 anos (4 e 8 na Irlanda do Norte) têm um limite de 30 alunos. No Pais de Gales este limite também se aplica para turmas entre os 7 e os 11 anos de idade.

No que toca aos professores na educação primária – que equivale ao 1º e 2º ciclo do sistema de educação português - existe um único professor para todas as matérias – professores generalistas. Os alunos só passam a ter um professor específico para cada disciplina na educação secundária – professores especialistas -, que equivale ao 3º ciclo e ensino secundário do sistema educativo português.

Finlândia

O ensino obrigatório começa quando as crianças têm 7 anos de idade e dura 9 anos. A educação é gratuita para todo o ensino básico.

O ano escolar também começa a meio de Agosto mas acaba mais cedo – no inicio de Junho - devendo englobar 190 dias. As escolas funcionam durante 5 dias por semana e o número mínimo de aulas por semana varia entre 19 e 30 horas, dependendo do nível e do número de disciplinas opcionais existentes. Este sistema tem a particularidade de existir autonomia local para estabelecer dias de férias extra. Nos dois primeiros níveis um dia de escola não pode ter mais de 5 aulas, no resto dos níveis no máximo podem existir 7 aulas por dia. Normalmente uma aula tem a duração de 60 minutos.

Em termos de constituição de turmas, não existe nenhuma regra quanto ao número de alunos por turma. Normalmente agrupam-se os alunos por idade mas, desde que apropriado, alunos com diferentes idades poderão ter aulas juntos.

O currículo é estabelecido pelo quadro nacional de educação e inclui objectivos e critérios de avaliação. De acordo com estas normas cada escola, juntamente com as autoridades locais, estabelece o seu próprio currículo que atende às especificidades do contexto local. As áreas obrigatórias são Língua Materna e Literatura, segunda Língua Nacional, Línguas Estrangeiras, Ambiente, Educação para a Saúde, Religião ou Ética, História, Estudos Sociais, Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia, Educação Física, Música, Educação Visual, Economia do Lar e Aconselhamento.

Nos primeiros seis anos existe um único professor – generalista - para a maior parte das matérias, mas há aulas que são dadas por professores especialistas, principalmente em áreas como educação visual, música e educação física. A partir do sétimo ano os alunos passam a ter diferentes professores para a maior parte das matérias – professores especialistas.

O sistema de avaliação é continuo e é feito a partir de testes dados pelos professores. Durante a educação primária o aluno pode também repetir de ano.


Mais informações:
http://www.eurydice.org

18 de janeiro de 2007

Substituição de professores alvo de criticas

FNE e FENPROF alegam que o processo conduzido pelas escolas nos concursos para substituição de professores é burocrático e demorado e querem que seja restabelecido o recurso à lista nacional de graduação.


«O Ministério da Educação está a provocar uma grande confusão nas escolas e uma angustia nos professores». A afirmação é feita num comunicado divulgado pela FENPROF e justifica-se pelo fim das colocações cíclicas no final do 1º período.

Até aqui todo o processo era conduzido pelo Ministério da Educação e, como explica a FNE, «um professor de baixa ou licença de maternidade, por exemplo, era substituído pelo docente desempregado que tivesse a graduação mais elevada» através do recurso à lista nacional de graduação. Agora, o decreto-lei que introduziu no ano passado as alterações ao concurso de professores «estabelece que a partir deste mês passam a ser as escolas a abrir concursos para assegurar estas substituições, publicitando-os na imprensa e na Internet».


Esta alteração está já a gerar dificuldades em diversas escolas do país. A FENPROF exemplifica em comunicado a situação que se vive em alguns estabelecimentos de ensino: «na EB 2,3 da Mealhada são mais de 700 candidatos para um horário, no Agrupamento de Escolas de Taveiro (Coimbra) há mais de 300 candidaturas para uma substituição em Jardim de Infância e na EB 2,3 João Gonçalves Zarco, em Lisboa, são também centenas de candidatos».

Uma vez que têm de analisar centenas de candidaturas, os estabelecimentos de ensino estão assim na opinião da FNE «com uma sobrecarga inútil de trabalho perfeitamente dispensável se pudessem continuar a recorrer ao processo das colocações cíclicas».

Mas este não é o único problema. De acordo com a FNE, «este procedimento está a decorrer sem qualquer uniformidade ou sequer proximidade de actuação entre as diferentes escolas, no que toca aos documentos a apresentar para a candidatura e ainda à forma da sua apresentação». A FENPROF corrobora este facto e garante que «algumas escolas exigem que a candidatura seja apresentada em impressos que apenas se obtém na Secretaria da própria escola» e «outras escolas exigem o envio de currículos dos candidatos apenas aceitando a documentação em suporte de papel». Tudo isto, adianta a FENPROF, «torna mais difícil a apresentação de candidatura (presencial ou via postal) com o efectivo encarecimento do seu processo e consequente burocratização».

Além disso, «trata-se de uma situação em que obviamente nem as escolas nem os candidatos saem beneficiados» conclui a FNE, sublinhando que «sempre se manifestou contra esta opção do Ministério da Educação».

A FENPROF garante que esta decisão «está a consumir recursos humanos, recursos materiais e recursos financeiros das escolas sem que tal se justificasse e, principalmente, porque as alternativas estavam criadas» e salienta que «os grandes prejudicados são também os alunos que ficarão sem aulas durante um período mais longo do que o possível, o desejável e o necessário»

FENPROF e FNE querem que seja restabelecido, por parte do Ministério da Educação, o recurso à lista nacional de graduação «como referencial para as colocações» para que o recrutamento de docentes volte a respeitar essa lista, simplificando assim todo o processo. A FNE defende ainda que «as substituições devem voltar a ser realizadas pela tutela, como acontecia até agora».

Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Educação recusou fazer qualquer comentário sobre esta matéria.

17 de janeiro de 2007

Sindicatos contra alterações do ensino básico

FNE e FENPROF acusam o governo de não ter ouvido nenhum sindicato sobre esta matéria e afirmam que as medidas anunciadas conduzem a soluções desajustadas

Depois das «informações vagas e imprecisas» divulgadas ontem sobre a criação da figura do professor-tutor no 2 º Ciclo do Ensino Básico a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) vem agora duvidar «da pressa do Ministério da Educação em fazer anunciar precipitadamente, e sem qualquer enquadramento ou justificação» estas medidas.

Reunida no Porto, a comissão permanente da FNE denuncia hoje, em comunicado, «o processo que foi seguido, sem ter sido auscultado formalmente nenhum sindicato». Consideram ainda que a medida anunciada «não está a ser cruzada com outras que seriam absolutamente necessárias, para o impacto que esta traz, como a reformulação dos currículos escolares, da organização dos tempos escolares, da carga horária dos alunos, da constituição das equipas pedagógicas e de toda a dinâmica escolar». Para a FNE uma medida com este impacto «supõe uma reforma coerente do sistema educativo, desde o Ensino Superior ao Pré-escolar».

Em comunicado, e face às medidas apresentadas, a FNE denuncia ainda que «uma vez mais, os professores e alunos podem estar a servir de cobaias às medidas pseudo-científicas de cada ministro ou governo»
A FNE entende que «a formação de professores deve ser reorientada, no sentido de que, para o 2º ciclo de escolaridade, se garanta a existência de docentes que assegurem a leccionação de grandes áreas disciplinares» mas não aceita «que um qualquer docente possa ser responsabilizado pela totalidade das áreas disciplinares».
A FNE está disponível para contribuir para se encontrarem soluções e «exige que as soluções que sobre esta matéria venham a ser assumidas tenham que passar por um processo de intervenção e participação que ajude a definir os caminhos adequados».

Ainda ontem, a FENPROF mostrou também o seu desagrado face às medidas anunciadas denunciando que esta é «uma matéria que não foi negociada com as organizações sindicais». O comunicado divulgado acusa ainda o Ministério da Educação de se assumir «como o detentor da verdade», sublinhando que «tal presunção abre sempre a porta a soluções desajustadas».

Segundo a FENPROF aquilo que o Governo agora designa de “professor tutor” está longe das funções de coordenação que no passado chegaram, sob essa designação, a ser propostas por anteriores governos, identificando antes um «super-professor» que «leccionará, no 5º e 6º ano de escolaridade, áreas do conhecimento tão diferentes como Português, Matemática, Ciências da Natureza, História, Geografia e Expressões» A FENPROF não concorda com a situação e entende que «para estes anos de escolaridade, a formação inicial de professores não pode fazer-se para um tão largo leque de áreas». No comunicado pode ainda ler-se que «não é verdade que no 5º e 6º ano de escolaridade os alunos tenham 10 professores». A FENPROF afirma que «salvo uma ou outra escola, os alunos têm para as várias áreas 6 professores» o que vai ao encontro da recomendação do Ministério da Educação para, sempre que possível, existirem professores multidisciplinares.

Em relação à comparação feita com outros países da União Europeia – onde o modelo divulgado será seguido – a FENPROF acrescenta que «seria bom que o Ministério da Educação recordasse que em muitos deles o 1º ciclo do ensino básico funciona com equipas educativas», como na Finlândia e em Espanha. Por cá, como explica o comunicado, «o 1º ciclo do ensino básico continua a ser leccionado por um único professor apesar de a Lei de Bases do Sistema Educativo prever, desde 1986, a necessidade de ser coadjuvado em algumas áreas». A FENPROF acrescenta que «este e outros governos nunca cumpriram aquelas disposições legais».

A FENPROF acusa ainda o governo de estar «ilegalmente a fazer uma revisão da Lei de Bases do Sistema Educativo» cujas alterações, «são da competência exclusiva da Assembleia da República». Segundo explicam, «as disposições da Lei de Bases do Sistema Educativo não permitem ao Governo proceder a estas alterações na formação inicial de professores e na organização do ensino básico». Para a FENPROF aquilo que o Governo e o Ministério da Educação realmente pretendem com esta decisão é «facilitar a gestão flexível dos profissionais da educação e simultaneamente fazer poupanças na formação inicial de professores» em detrimento «da qualidade da escola pública e das aprendizagens das crianças e jovens».

XXV Olimpíadas Portuguesas de Matemática em final Regional

Alunos de todo o país e da secção Portuguesa da Escola Europeia de Bruxelas participam, hoje, na segunda eliminatória das Olimpíadas. 60 alunos serão seleccionados para a final nacional.

1500 alunos estarão esta tarde espalhados por várias escolas de Norte a Sul do país, nas Ilhas e, pela primeira vez, na secção Portuguesa da Escola Europeia de Bruxelas, para participarem na final regional das XXV Olimpíadas Portuguesas de Matemática. Desta eliminatória sairão depois os 60 estudantes que vão participar na final nacional.

Nesta final regional participam apenas os estudantes das categorias A (8º e 9º ano), e B (10º ao 12º ano), já apurados a partir de um grupo de mais de 25 mil jovens espalhados por todo o país. «Em cada região – Norte, Centro e Sul – estarão presentes nesta eliminatória os 50 melhores colocados em cada categoria, e o primeiro colocado das escolas que não tiveram alunos no grupo dos 50», explica em comunicado a Sociedade Portuguesa de Matemática. Os alunos da secção Portuguesa da Escola Europeia de Bruxelas concorrem juntamente com os da região Sul e Ilhas.

Os alunos que alcançarem, mais logo, pelas 15h30, na eliminatória regional, as 10 primeiras colocações na sua categoria e região têm lugar garantido na final nacional que, este ano, terá lugar na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa.

As Olimpíadas Portuguesas de Matemática são organizadas pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) e proporcionam aos estudantes desafios que exigem raciocínio, criatividade e imaginação. O objectivo, garantem, é «desenvolver o gosto pela matemática».

As provas são elaboradas para três categorias diferentes: as Pré-Olimpíadas, pensadas para estudantes do 7º ano, mas onde as escolas podem também inscrever alunos do 5º e 6º ano – que participam apenas na primeira eliminatória -; a categoria A, para estudantes do 8º e 9º anos; e a categoria B, para alunos do 10º ao 12º ano.
Depois das inscrições – onde, de acordo com a SPM, se registou a maior participação de sempre, seguiu-se uma primeira eliminatória, que decorreu a 8 de Novembro de 2006, com alunos de todas as categorias, que realizaram as provas nas escolas. A preparação destes estudantes para a competição matemática e a posterior correcção dos exercícios coube também aos professores de cada escola.

Agora chegou a vez da 2ª eliminatória que vai conduzir 60 alunos até à final nacional, que vai decorrer entre 22 e 25 de Março, em Lisboa. Os estudantes da categoria B que forem medalhados na final concorrem para representar Portugal nas duas principais competições internacionais: as Olimpíadas Internacionais de Matemática, em Julho, e as Olimpíadas Ibero-americanas de Matemática, em Setembro. A preparação das equipas Olímpicas portuguesas às competições internacionais de matemática estará a cargo do Projecto Delfos do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.

Em 2006, Portugal conquistou três medalhas de Bronze e uma menção honrosa nas Olimpíadas Internacionais de Matemática e nas Olimpíadas Ibero Americanas de Matemática. Este ano estas competições vão decorrer no Vietname e em Coimbra, respectivamente.

2007 é um ano especial para as Olimpíadas Portuguesas de Matemática não só porque é a primeira vez que Portugal vai receber as Olimpíadas Ibero-americanas, mas também porque se assinala a 25ª edição das Olimpíadas Portuguesas de Matemática que, segundo a Sociedade Portuguesa de Matemática, «será comemorada com uma exposição» e também com a «reunião dos antigos vencedores por ocasião da final».

As Olimpíadas Portuguesas de Matemática são patrocinadas pelo Ministério da Educação, o Ciência Inovação 2010, o Banco Espirito Santo e a Fundação Calouste Gulbenkian e têm também o apoio do jornal Público e da Porto Editora.


16 de janeiro de 2007

Governo quer professor único para o 2º Ciclo

Ministério da Educação pretende criar a figura de “professor-tutor” no 5º e 6º ano. O docente terá de leccionar várias áreas básicas como a Matemática e o Português.


O executivo de José Sócrates pretende que os alunos até ao 6º ano tenham um único professor a leccionar áreas básicas. A medida, avançada hoje pelo Diário Económico, vai ao encontro do que é praticado na maioria dos países da União Europeia e, segundo o Secretário de Estado da Educação Valter Lemos, «prevê a criação de um regime de mono-docência coadjuvada, ou de um professor central ou tutor no 5º e 6º ano de escolaridade»

Por outras palavras, e como explica Valter Lemos, com o novo sistema passará a existir «um professor-tutor que tenha capacidade para leccionar as áreas básicas (Português, Matemática, Ciências da Natureza, História, Geografia de Portugal e Expressões) apoiado por docentes de outras áreas profissionais».

Com esta medida pretende-se também amenizar a transição curricular das crianças do quarto para o quinto ano, onde os alunos passam de um único professor no 1º Ciclo para 10 professores o 2º Ciclo. Esta situação não existe em mais nenhum país europeu e tem sido aliás uma das principais criticas ao sistema de educação português. O Secretário de Estado da Educação adianta ainda que «a evolução natural do sistema português prevê que exista um docente no 1º ciclo e quatro ou cinco no 2º ciclo». Actualmente existe já uma recomendação do Ministério da Educação para, sempre que possível, existirem professores multidisciplinares, situação que é seguida já em algumas escolas do País.

Esta alteração está já a ser preparada com a aprovação do novo regime de habilitações para a docência que cria um perfil de docente generalista que passa a incluir a habilitação conjunta para o primeiro e segundo ciclos. Os docentes polivalentes terão de ter uma qualificação extra, com um mestrado em ensino. «Para além da licenciatura em educação básica, terá de ter um mestrado com 30 créditos em Português, 30 créditos em Matemática, 30 créditos em Estudo do Meio que inclui Ciências da Natureza, História e Geografia em Portugal para além de 30 créditos em Expressões» adiantou Valter LemosPara o Secretário de Estado da Educação, o objectivo é formar professores que estejam preparados para assumir este perfil, comum na maioria dos países europeus. Haverá assim um «reforço na formação de professores na componente científica, académica e prática profissional»

Por outro lado, as alterações ao diploma vão também permitir travar o acesso à profissão de docente de «diplomados do ensino superior sem qualificação principal para a docência» e sem «qualificação disciplinar ou profissional adequadas».
O novo diploma que regula as habilitações para a docência está agora na Presidência da República onde aguarda promulgação.

Os sindicatos já reagiram a estas alterações e têm opiniões divergentes. Para Francisco Almeida, da Federação Nacional de Professores (FENPROF), esta medida é «uma tentativa de facilitar a gestão de recursos humanos nestes ciclos em detrimento da qualidade». Já a sindicalista Conceição Alves Pinto, da Federação Nacional de Educação (FNE), considera serem necessárias mais explicações sobre esta matéria, mas adianta ser possível a redução de docentes «desde que seja dentro da lógica de que há professores com formação para mais do que uma disciplina».
O secretário de estado Valter Lemos recusa qualquer acusação desta medida ter uma vertente economicista e sublinha ainda que «temos os piores resultados da Europa». Por isso, garante, o que está em causa com estas medidas é «alcançar melhores resultados» e «aproximar Portugal dos outros países europeus».

O poder da Matemática

Já pensou em utilizar a matemática no combate ao crime ou aos incêndios? O ciclo de colóquios “A Matemática das Coisas” vai explicar-lhe isto, e muito mais.


“A Matemática das Coisas” está de volta ao Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, no Parque das Nações, em Lisboa. Durante os próximos meses, e até Junho, este ciclo de colóquios pretende apresentar ao público uma visão diferente da matemática.

Para mostrar que a matemática continua a fazer parte do dia-a-dia de todos, estarão presentes nas palestras não só matemáticos, mas também especialistas em diferentes áreas profissionais. Desta vez, foram convidados para colaborar nesta iniciativa engenheiros, treinadores desportivos, elementos da Polícia de Segurança Pública e da Protecção Civil. Em conjunto com um matemático estes intervenientes vão mostrar a todos a importância da matemática e, como explica Catarina Figueira do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, «demonstrar até que ponto a matemática está presente noutras áreas profissionais» como na Calçada Portuguesa, nas previsões meteorológicas, no combate ao crime, na luta contra os incêndios ou mesmo num simples jogo de basquetebol.

“A Matemática das Coisas” começou no passado sábado, dia 13 de Janeiro, e nesta primeira sessão todos os presentes foram convidados a «pôr os pés na matemática» para ficarem a conhecer as simetrias da Calçada Portuguesa. A matemática Ana Cannas da Silva, do Instituto Superior Técnico, e a engenheira Luísa Dornelas, da Câmara Municipal de Lisboa, mostraram que as diversas figuras da Calçada Portuguesa «são mais do que lindas imagens» e que todas elas «contêm Matemática».

A próxima sessão deste ciclo de colóquios está marcada para o dia 24 de Fevereiro, altura em que os professores José Ferreira Alves, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e Pedro Miranda, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, se juntam para apresentar “As Contas da Chuva – a Matemática e as Previsões Meteorológicas”.

Cada sessão dura aproximadamente hora e meia, corre ao sabor de uma conversa informal entre os convidados e depois dá lugar ao debate com o público presente.

Esta iniciativa resulta de uma parceria entre o Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva e a Sociedade Portuguesa de Matemática e está inserida nas “Tardes de Matemática” que ocorrem em Lisboa desde 2001, e já se estenderam também ao Porto e ao Funchal.

E se pensa que a matemática não atrai pessoas, Catarina Figueira, garante que «o auditório está sempre muito composto» e acrescenta que iniciativas como esta servem também para «desmistificar alguns receios» que ainda existem em torno desta área

Os colóquios têm inicio marcado para as 15h30, no auditório do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, e a entrada é gratuita.

O ano passado “A Matemática das Coisas” convidou um historiador, um químico, um arquitecto, um sociólogo e um padre para participarem nestes colóquios para, todos juntos, mostrarem que a matemática está presente em muitas coisas da vida desde a criptografia, passando pela química ou mesmo nos encontros amorosos. Este ano as áreas são naturalmente diferentes mas o objectivo é comum: mostrar que a matemática é importante, está presente em todo o lado e está viva.