3 de dezembro de 2007

Escola na Gafanha da Nazaré produz energia alternativa

O objectivo é mostrar que é possível rentabilizar os recursos energéticos existentes na zona de Aveiro. Seis painéis solares e um aerogerador contribuem para a redução de custos da escola.


O projecto «Energias Renováveis em Acção», implantado em Junho na Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico da Gafanha da Nazaré, procura rentabilizar os recursos energéticos existentes na zona e sensibilizar os alunos para as questões energéticas. A ideia é utilizar as energias renováveis, como a energia solar e eólica, para a produção de energia eléctrica que é depois utilizada ao nível na rede eléctrica do estabelecimento de ensino.
O projecto, inserido na missão pedagógica e de formação do "saber ser" e "saber estar" da escola, é pioneiro. Incute e sensibiliza os alunos, e a comunidade em geral, para a importância do aproveitamento e utilização das energias renováveis, aspectos que assumem cada vez mais relevância na nossa sociedade, dada a sua dependência em termos energéticos.

De inicio, a equipa constituída por professores, fez essencialmente pesquisa e estavam longe de imaginar onde iriam chegar. O projecto, coordenado pelo professor Sérgio Magueta, recebeu o aval da Câmara de Ílhavo, no âmbito do Programa de Apoio a Projectos Educativos, e o apoio das empresas MIDE e Porto de Aveiro. O investimento rondou nove mil euros, tendo sido apoiado em 60% pela Câmara.

Neste momento, encontram-se a funcionar seis painéis solares um aerogerador que perfazem, no total, 1100 watts de potência, o que permitiria, por exemplo, manter 100 lâmpadas económicas em funcionamento. Em relação à energia solar a potência começa de manhã e vai crescendo ao longo do dia para depois diminuir. Em quatro meses já atingiram perto de 400 quilowatts e em termos de energia eólica 30 quilowatts. “Este ano temos tido pouco vento”, justifica Sérgio Magueta. Ainda assim, no seu conjunto, está é uma produção “mensurável”, conclui.
Para além dos benefícios inerentes à aplicação deste modelo energético, Sérgio Magueta destaca a importância do projecto para a sensibilização dos alunos e de toda a comunidade de uma forma geral para a emergência do aproveitamento e utilização de energias limpas e renováveis. Hoje, o projecto já implementado sensibiliza alunos, é alvo de elogios por parte de outras escolas que também querem seguir o exemplo, e recebe visitas de estudo de alunos de outras escolas.

Um computador consome, em média, 200 watts por hora. E 12 computadores, a trabalhar oito horas por dia, consomem quase 20 quilowatts. A escola paga, mensalmente, cerca de 60 euros para garantir a energia eléctrica de uma sala de informática com 12 computadores ligados. Com estas novas alternativas a escola, que tem encargos mensais de três mil euros com electricidade, poderá poupar cerca de 750 euros por ano na factura da EDP. A isto junta-se os ganhos ambientais, traduzidos numa redução de quase 40 toneladas de dióxido de carbono emitido para a atmosfera.

Perante todos estes benefícios o próximo passo será lançar uma nova fase de desenvolvimento do sistema para aumentar a capacidade de produção. Para isso, pretendem implementar painéis de seguimento solar que funcionam segundo o princípio do girassol, estando sempre virados a 90 graus em relação ao sol. Esta condição permitirá aproveitar ao máximo a energia solar e aumentar a capacidade energética da escola com ganhos de 30% a 40% face aos actuais painéis fixos.


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